Quais os desafios do Novo Ensino Médio e o que muda nessa etapa?

O Novo Ensino Médio é um tema que tem causado inúmeras dúvidas e debates. Sua alteração foi proposta pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e sua implementação tem previsão para o ano atual — 2022, em alguns estados, finalizando em 2024.

A reforma tem como objetivo o protagonismo estudantil, bem como a aproximação dos estudantes à realidade contemporânea. Além disso, a reestruturação busca promover formações técnicas que viabilizem a inserção do aluno no mercado de trabalho e no ensino superior.

É certo que toda mudança gera desafios, por isso é fundamental que as escolas saibam quais são essas novidades e se adequem para atuarem de acordo com as determinações do MEC (Ministério da Educação). Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o Novo Ensino Médio, seus obstáculos e o que muda nesta etapa. Confira!

Quais são os maiores desafios?

O Novo Ensino Médio promove vários desafios, sobretudo para as escolas públicas. Afinal, haverá demanda de novos currículos escolares, adaptação de materiais didáticos para atender às determinações da BNCC, formação e alocação de professores, alteração no sistema de matrícula e compatibilidade da infraestrutura.

Além disso, alunos e seus responsáveis estarão bastante receosos e carentes de esclarecimentos, que deverão ser prestados de maneira eficiente pelos educadores.

Quais foram as principais mudanças do Novo Ensino Médio?

O Novo Ensino Médio chegou com várias mudanças que alteram completamente a maneira do estudante e dos professores se relacionarem com o ano letivo. Abaixo, vamos explicar as principais alterações determinadas pela BNCC!

Mudanças de conteúdo

Com as mudanças de conteúdo as escolas devem definir o trajeto do aprendizado a cada ano letivo. Para isso, os alunos receberão a oferta de itinerários formativos que buscam aprofundar os setores de conhecimento. Haverá autonomia para tal definição, embora ela seja indispensável.

Com essa alteração, os estudantes passam a optar por itinerários formativos referentes às suas áreas de interesse, ao menos um deve ser escolhido. Dessa maneira, o protagonismo estudantil é fortalecido, aperfeiçoando os alunos que estarão mais interessados na disciplina ensinada.

Novo currículo

A reforma do currículo do Novo Ensino Médio é um dos principais desafios. Nela, somente o ensino de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa são obrigatórios e podem ser cursados em todos os anos ou em apenas um deles, de acordo com a determinação de cada instituição de ensino.

Contudo, as outras disciplinas permanecem no currículo escolar e os alunos continuarão a desenvolver as demais competências. São elas: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. A reforma viabiliza maior flexibilização curricular e incentivará a extensão do conhecimento inter e multidisciplinar.

Aumento da jornada

Outra novidade bastante comentada foi o aumento da jornada escolar. Atualmente, a carga horária mínima por ano é de 800 horas. Com a nova estrutura, o mínimo de horas anuais será de 1000, resultando em um Ensino Médio de 3000 horas/ano.

Deste resultado, os estudantes receberão 1200 horas para se aprofundar em seus assuntos de interesse, escolhendo os itinerários formativos disponíveis. A ideia é que, progressivamente, no futuro essas instituições ofereçam ensino em tempo integral.

Formação

Essa determinação é muito positiva aos alunos. Afinal, eles terão a possibilidade de receber formação técnica e profissional dentro de sua jornada escolar. Eles devem decidir pelas áreas para as quais sentem mais aptidão. Com isso, ao término do Ensino Médio, os estudantes serão certificados por seus respectivos cursos.

É papel dos profissionais da educação dialogar com seus alunos sobre a importância de estarem preparados para o mercado de trabalho e a maneira de decidir suas áreas de atuação, de acordo com seus gostos e anseios.

Infraestrutura da escola

Como vimos em um dos tópicos acima, a carga horária anual passou de 800 para 1000 horas/ano. Isso significa que a infraestrutura da escola precisa viver uma transformação que a torne apta a cumprir com as determinações do Novo Ensino Médio. Para isso, é indispensável o investimento em tecnologia, que é ferramenta obrigatória na formação e desenvolvimento dos profissionais contemporâneos.

Além disso, o espaço escolar deve ser reformado para atender à maior demanda de tempo e atividades no local. Por fim, treinamentos serão aplicados aos professores para que se adaptem às novidades e consigam prestar esclarecimentos, passando segurança aos alunos e responsáveis.

Projeto de vida

O Novo Ensino Médio, apesar de provocar inúmeros desafios e questionamentos, dá aos alunos a oportunidade de lapidar seu projeto de vida ainda no estudo regular. Afinal, com um curso técnico ou profissionalizante, o estudante é capaz de se inserir rapidamente no mercado de trabalho, e melhor, na área pela qual sente mais atração.

Além disso, a carga horária aumentada garante a maior permanência do jovem em um ambiente seguro, que proporciona-lhe ensinamentos inter e multidisciplinares, onde pode descobrir do que gosta e aprofundar-se nisso.

Assim, os pedidos do estudante são atendidos e ele não é mais “obrigado” a passar horas recebendo ensinamento aprofundado de assuntos que não o agradam tanto, o que, consequentemente, aumentará seu interesse pelos itinerários formativos.

Por que houve atraso na implementação?

A previsão inicial era de que a implementação da reforma ocorresse em 2020, mas com a pandemia de Covid-19, outras necessidades precisaram ser priorizadas com urgência, como as aulas híbridas, o ensino remoto e a organização do ano letivo. Contudo, a nova data está determinada para o ano atual na maior parte dos estados brasileiros.

A previsão exata é que, para os estados que iniciam em 2022, somente o 1° ano do Ensino Médio sofra as alterações. Neste caso, em 2023, o Novo Ensino Médio valerá para o 2° ano, finalizando a mudança em 2024, com as novas diretrizes direcionadas também ao 3° ano letivo.

Como vimos, o Novo Ensino Médio traz consigo muitos medos e expectativas, bem como um futuro mais interessante para os estudantes e professores. Essas determinações buscam atender demandas antigas de alunos e educadores, que vislumbraram tal reforma e, sutilmente, foram o pontapé inicial para que ela acontecesse. Agora, é hora de unir forças e realizar as alterações necessárias para atuar de acordo com a reestruturação.

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